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Jose Sand marcou os dois primeiros gols no Lanús sobre o River Plate (Foto: Juan Mabromata/AFP) |
São 102 anos de uma história sofrida, de
superação e luta para fazer frente aos grandes times da Argentina. A
final de Copa Libertadores da América talvez fosse uma utopia dos mais
fanáticos, mas o futebol guarda momentos para todos e não faz distinção
de classe. Na noite dessa terça-feira, no estádio La Fortaleza, o Lanús
fez história não só por eliminar o River Plate e se garantir na decisão
da principal competição continental das Américas, mas também por
alcançar tal feito com uma virada de cinema. Após sofrer o revés por 1 a 0 no duelo de ida,
no Monumental de Nuñez, “o maior time de bairro do mundo”, como o
próprio clube se intitula, chegou a levar dois gols dos Millonarios
antes de arrancar rumo à virada por 4 a 2.
O gol que sacramentou o resultado suficiente para o Lanús também não foi
um lance qualquer. Pela primeira vez na história da Libertadores, o
árbitro Wilmar Roldán solicitou o árbitro de vídeo para definir uma
dúvida. Após a consulta, o colombiano voltou atrás de sua marcação e
assinalou pênalti de Montiel em Psquini. Um puxão de camisa que passaria
despercebido e acabou culminando no gol de Alejandro Silva, que ainda
teve calma para uma cobrança mansa, no meio do gol.
Antes de toda uma festa inimaginável até
então, o River Plate se mostrou senhor do jogo. Entrou em campo com a
pose de um tricampeão e logo abriu 2 a 0 no placar. Primeiro, Braghieri
cometeu uma penalidade infantil em Macho Fernández e Ignacio Scocco
cobrou para chegar ao seu nono gol nessa Libertadores.
Pouco depois, cobrança de falta na área e Gonzalo Montiel aproveitou bem
o rebote do goleiro Andrada. Os jogadores do River comemoravam cientes
da larga vantagem que estavam conquistando na casa do adversário.
Afinal, com pouco mais de 65 minutos a serem jogados, o modesto e
valente time do Lanús teria de marcar quatro gols.
O primeiro deles, no entando, veio na última jogada antes do intervalo.
José Sand fuzilou Lux e diminuiu. Mas o centroavante e ídolo local
colocou fogo no jogo quando voltou a balanças as redes com apenas 40
segundos do segundo tempo, depois de uma desatenção da defesa visitante,
típico de quem se acomoda em uma condição tão favorável.
Ainda faltam dois gols. Possível, mas difícil. Sem nada a perder, o
Lanús partiu para a pressão. E o mais surpreendente é que não demorou
para a atitude suicida dar resultado. Aos 16, Lautaro Acosta virou o
jogo ao completar cruzamento de Alejandro Silva. La Fortaleza pulsava de
emoção a essa altura.
E o River Plate, apesar da sua camisa pesada, se viu em papéis
invertidos. Os comandados de Marcelo Gallardo pareciam atordoados em
campo e sem reação por medo do que viria. Dessa forma, o que ninguém
imaginava aconteceu ainda aos 21 minutos.
A tecnologia chegou no momento mais oportuno para o Lanús. Wilmar Roldán
já sinaliza tiro de meta quando foi pressionado pelos jogadores a rever
o lance fora da bola. Sem uma definição do árbitro de vídeo, o
colombiano se dirigiu ao monitor e tirou suas dúvidas. Pênalti marcado.
Coube a Alejandro Silva marcar talvez o gol mais importante da história
do Lanús. E o atacante não decepcionou.
Como não podia deixar de ser, como num belo filme de drama argentino, o
River Plate foi à luta novamente e por pouco não frustrou toda a épica
história do Lanús. Pinola acertou a trave, Andrada fez duas defesas
sensacionais e o apito final veio apenas aos 50 minutos do segundo
tempo. À partir daí só se viu choro, abraços e uma comemoração alucinada
de um lado, enquanto os Millonarios ainda tentavam acreditar e entender
como foram eliminados dessa semifinal de Libertadores depois de ter a
vaga nas mãos.
Resta agora saber se o Grêmio não cairá na mesma armadilha. Os gaúchos abriram 3 a 0 sobre o Barcelona-EQU e jogarão em casa nessa quarta-feira para confirmar o favoritismo. Independente de quem passar, o Lanús estará esperando.
FICHA TÉCNICA
LANÚS-ARG 4 X 2 RIVER PLATE-ARG
LANÚS-ARG 4 X 2 RIVER PLATE-ARG
Local: Estádio Ciudad de Lanús (La Fortaleza), em Lanús (Argentina)
Data: 31 de outubro de 2017 (Terça-feira)
Horário: 22h15(de Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Assistentes: Alexander Guzman (COL) Cristian De La Cruz (COL)
4º Árbitro: Victor Carrillo (PER)
VAR: Andres Cunha (URU)
VAR 1: Gery Vargas (BOL)
VAR 2: Nicolás Tarán (URU)
Cartões amarelos: Diego Braghieri, Román Martínez (Lanús); Jonatan Maidana, Ariel Rojas, Ignacio Fernández, Gonzalo Montiel (River Plate)
Cartão vermelho: Ignacio Fernández (River Plate)
GOLS:
Lanús: José Sand, aso 45 minutos do 1T e aos 40 segundos do 2T. Lautaro Acosta, aos 16, e Alejandro Silva, aos 23 minutos do 2T.
River Plate: Ignacio Scocco, aos 17, e Gonzalo Montiel, aos 22 minutos do 1T
LANÚS: Esteban Andrada;
José Luis Gómez, Rolando García Guerreño, Diego Braghieri e Maximiliano
Velázquez (Zurbriggen); Román Martínez (Leandro Maciel), Iván Marcone e
Nicolás Pasquini; Alejandro Silva (Nicolás Aguirre), José Sand e Lautaro
Acosta
Técnico: Jorge Almirón
RIVER PLATE: German Lux,
Gonzalo Montiel, Jonatan Maidana, Javier Pinola e Milton Casco; Ignacio
Fernández, Leonardo Ponzio, Enzo Pérez (Auzqui) e Ariel Rojas (De la
Cruz); Pity Martínez e Ignacio Scocco
Técnico: Marcelo Gallardo
Fonte:Gazeta Esportiva
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Atividade Esporte News
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