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| Foto:Fernando Dantas/Gazeta Press |
O Corinthians passou a propagar que nada
“nunca foi fácil” quando enfrentou um período de instabilidade no
Campeonato Brasileiro, mas a sua sétima conquista do torneio não chegou a
ser difícil. Sem ter a liderança ameaçada em nenhum momento sequer do
seu irregular segundo turno, o time paulista derrotou o Fluminense por 3
a 1 na noite desta quarta-feira, em Itaquera, para assegurar o troféu.
O jogo decisivo até teve ares de
sofrimento. O Corinthians levou um gol de cabeça do zagueiro Henrique –
novamente, de escanteio, problema crônico do time dirigido por Fábio
Carille – logo no princípio do primeiro tempo. Com menos de quatro
minutos da etapa complementar, porém, o centroavante Jô já havia anotado
duas vezes para os donos da casa, na primeira virada corintiana no
campeonato. Jadson fechou o marcador.
Os gols deixaram Jô à frente de Henrique
Dourado, do próprio Fluminense, na relação de artilheiros do Brasileiro
(18 a 17) – o Corinthians jamais fez um goleador da competição. Na
tabela de classificação, o inalcançável heptacampeão agora computa 71
pontos ganhos, contra 61 do Grêmio, que havia derrotado o São Paulo por 1
a 0 mais cedo, em Porto Alegre.
Com a vitória, os jogadores do Corinthians
serão os primeiros da história a vestir faixas de heptacampeão
brasileiro. Explica-se: o Santos e o Palmeiras, que se orgulham de somar
oito e nove troféus nacionais, eram considerados bi e tetracampeões,
respectivamente, antes da unificação de títulos promovida pela
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no final de 2010.
Mas o Campeonato Brasileiro ainda não
acabou. O Corinthians visitará o Flamengo no domingo, na Ilha do
Governador, e receberá o seu merecido troféu em 26 de novembro, diante
do Atlético-MG, em Itaquera. Já o Fluminense, com os seus 43 pontos
ganhos, jogará contra a Ponte Preta, ameaçada de rebaixamento, na
segunda-feira, no Maracanã.
O jogo – O público corintiano
presente em Itaquera ainda entoava os nomes dos jogadores escalados por
Fábio Carille, fato raro, quando o Fluminense teve a sua primeira chance
de abrir o placar. Apenas um e outro torcedores se deram ao trabalho de
brandir as mãos e braços esticados, em gesto corriqueiro para afastar o
azar, quando Marcos Júnior se apresentou para a cobrança de escanteio.
Henrique, no entanto, surpreendeu também o jovem goleiro Caíque, que
hesitou em bola alçada na pequena área, e cabeceou para dentro.
“Não para de lutar!”, rebateu boa parte da
torcida do Corinthians, de imediato, no final da gritaria que sucedeu o
gol do Fluminense. O intuito era empurrar o líder do Campeonato
Brasileiro, ainda sem ter nem sequer uma virada de placar na competição,
em direção ao feito inédito justamente no dia em que tinha a
possibilidade de sacramentar a conquista.
O Corinthians, no entanto, mostrava
dificuldades para encontrar os rumos da vitória. Teimava que seriam pelo
lado direito do campo, onde estava o esforçado Romero, já que quase não
acionava o apagado Clayson na esquerda. Pelo meio, Rodriguinho parecia
reviver as atuações sem brilho de boa parte de sua campanha no returno.
Foi justamente pela direita, com Romero,
que o Corinthians criou a sua melhor oportunidade de empatar a partida
no primeiro tempo. O paraguaio passou a bola para Fagner, que fez o
cruzamento rasteiro já dentro da área. Jô se esticou para completar a
jogada na segunda trave, mas não alcançou.
Ainda era pouco, contudo, para uma equipe
que almejava ser campeã brasileira com três rodadas de antecedência para
o final do campeonato. Fábio Carille sabia disso. No intervalo, o
técnico trocou o volante Camacho pelo meia Jadson e lançou o Corinthians
ao ataque. Não demorou a ser recompensado.
Logo no primeiro minuto, Jô mudou a
direção do Corinthians ao passar a bola para Clayson na esquerda. O
centroavante correu em direção ao gol para ele mesmo aproveitar o
cruzamento do seu companheiro. Cabeceou no canto e igualou o marcador.
“Chupa! Chupa!”, celebrou o ídolo Basílio, que comentava a partida em
Itaquera para uma rádio da capital.
Dois minutos se passaram, e Caíque chutou a
bola para a frente. Jô desviou e encontrou Clayson outra vez. Depois de
o atacante chutar no travessão, o goleador do Campeonato Brasileiro
demonstrou oportunismo para tirar proveito do rebote e, de cabeça,
colocar a bola na rede.
A torcida do Corinthians já não se
contentava em berrar “gol”. Alguns queriam repetir o que fizeram diante
do Avaí, na rodada passada, e louvar o “campeão”. Outros, porém,
pretendiam incluir um velho conhecido na festa alvinegra. “Danilo!
Danilo! Danilo!”, passaram a fazer coro, pedindo a entrada do veterano,
bicampeão brasileiro como corintiano.
Carille preferiu esperar para mexer no
Corinthians novamente. Afinal, o seu time tinha a segurança dos tempos
em que espantava o Brasil ao passar um turno inteiro invicto. O colega
Abel Braga, ao contrário, entrou em ação. Substituiu Sornoza, Marcos
Junior e Marlon Freitas por Matheus Alessandro, Peu e Pedro e viu o
Fluminense ganhar posse de bola, mas não efetividade.
O Corinthians esteve mais próximo do gol.
Aos 37 minutos, Jadson bateu colocado e acertou a trave. Aos 39, depois
que Maycon ocupou a vaga de Clayson, o antes contestado armador não
errou o alvo. Recebeu a bola e finalizou cruzado para acertar o canto e
incendiar Itaquera. Quase literalmente.
Com os proibidos sinalizadores, a torcida
do Corinthians iniciou uma bela festa em seu estádio. Fogos eram ouvidos
do lado de fora do estádio. Basílio, o ídolo que havia gritado “chupa”,
chegou a deixar a cabine de imprensa momentaneamente. “É campeão! É
campeão! É campeão!”, escutava-se onde ele estava. No gramado, o
consagrado Danilo enfim entrou no lugar de Jô, aos 48 minutos, para
sacramentar a festa na Zona Leste como capitão.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 3 X 1 FLUMINENSE
Local: estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 15 de novembro de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Kléber Lucio Gil e Neuza Ines Back (ambos de SC)
Público: 45.775 pagantes
Renda: R$ 2.882.688,00
Cartões amarelos: Gabriel (Corinthians); Léo, Henrique Dourado, Reginaldo, Pedro, Henrique e Lucas (Fluminense)
Gols:
CORINTHIANS: Jô, a 1 e aos 4 minutos, e Jadson, aos 40 minutos do segundo tempo
FLUMINENSE: Henrique, a 1 minuto do primeiro tempo
CORINTHIANS: Jô, a 1 e aos 4 minutos, e Jadson, aos 40 minutos do segundo tempo
FLUMINENSE: Henrique, a 1 minuto do primeiro tempo
CORINTHIANS: Caíque;
Fagner, Pedro Henrique, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Camacho
(Jadson), Romero, Rodriguinho e Clayson (Maycon); Jô (Danilo)
Técnico: Fábio Carille
FLUMINENSE: Diego
Cavalieri; Lucas, Nogueira, Henrique e Léo; Marlon Freitas (Pedro),
Wendel, Júnior Sornoza (Matheus Alessandro) e Gustavo Scarpa; Marcos
Júnior (Peu) e Henrique Dourado
Técnico: Abel Braga







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