Solitário em natais, Mineirinho busca consistência para manter número 1 - Atividade Esporte News
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08 maio 2015

Solitário em natais, Mineirinho busca consistência para manter número 1

Solitário antes de cair na água, surfista Adriano de Souza revelou dificuldades em sua rotina (Foto: Kelly Cestari/ WSL)

Intitulada de “Solitário Surfista”, a canção dorapper brasileiro Gabriel o Pensador, com participação de Jorge Ben Jor, pode se adequar bem a Adriano de Souza, o Mineirinho. Atual número 1 do Mundial de Surfe (WCT), o guarujaense precisou sacrificar alguns prazeres da vida para alcançar o topo em sua modalidade.
Dono de cinco títulos de etapa, Mineirinho ingressou na elite do surfe em 2006, quando ainda tinha 19 anos de idade e foi campeão do WQS, espécie de zona de acesso. Em entrevista à Gazeta Esportiva, revelou que, desde então, foram raras as vezes em que passou o Natal com a família, lamentando a dura rotina de um surfista profissional.
“Confesso que já estou acostumado, mas não é bom. Acho que só passei uns dois ou três dias de Natal com minha família desde que entrei no Tour”, disse.
Se Mineirinho ainda não detém o título máximo do esporte, não lhe faltam marcas expressivas e invejáveis em seu currículo. Ele venceu 13 das 17 baterias que disputou contra o 11 vezes campeão do mundo Kelly Slater e nunca perdeu para Gabriel Medina no Circuito, feito que lhe dá “satisfação”, porém não o faz se considerar um carrasco, já que “o prêmio maior é poder vencer a etapa e ser o melhor do ranking, caso contrário essa estatística não faz diferença alguma”.
Após um terceiro lugar em Gold Coast, uma segunda posição em Bells Beach e o título em Margaret River, Adriano de Souza fechou a “perna australiana” com o primeiro lugar do ranking mundial. Fato esse que lhe deu o direito de vestir a camisa amarela na etapa do Rio de Janeiro, que vai acontecer entre os dias 11 e 22 de maio.
Mineirinho tornou-se número 1 do mundo ao ser campeão da etapa de Margaret River, na Austrália, em abril (Foto: Kirstin Scholtz/ WSL)

Dentre outros assuntos, Mineirinho falou sobre as expectativas em ouvir os incentivos que virão da “barulhenta” e “diferenciada” torcida brasileira na areia da Barra, além da “consistência” que almeja ter para vencer a “batalha pela camisa amarela”.
GE.Net: O fato de ter vencido o John John Florence na final em Margaret River, além de ter derrotado o Kelly Slater antes, torna esse o principal título de sua carreira?
Mineirinho: Todos os meus títulos foram especiais. Minha primeira vitória no Tour, em Mundaka (2009), ou primeira vitória no Brasil (2011), a conquista de Bells (2013). Posso dizer que esse título de Margaret veio em um momento muito importante da minha carreira e minha meta é manter esse bom momento.
GE.NET: Qual é sua rotina como surfista? Quantas horas treina por dia e como lida com a situação de passar tanto tempo longe de casa?
Mineirinho: Eu treino bastante, viu. Acordo bem cedinho, antes do sol nascer, e vou pra água. Treino a manhã toda, faço pausa para o almoço e à tarde cuido da parte de fisioterapia e da academia. Confesso que já estou acostumado, mas não é bom. Acho que só passei uns dois, três dias de Natal com minha família desde que entrei no Tour.
GE.Net: Você é o membro mais experiente do Brazilian Storm. A que se deve o bom momento do surfe brasileiro?
Adriano de Souza, o Mineirinho, bateu o havaiano John John Florence na final em Margaret River (Foto: Kirstin Scholtz/ WSL)

Mineirinho: Talento, determinação e garra. Essa geração veio para mostrar que o Brasil também sabe surfar bem. Estamos lutando há muitos anos para chegar neste momento. É um trabalho de formiga feito por todo mundo, sem exceção.
GE.Net: Na primeira rodada, no Rio, você vai enfrentar o Ítalo Ferreira. O que você espera do confronto?
Mineirinho: O Ítalo é um cara bem legal e um ótimo surfista. Espero um confronto bem difícil, porque ele também está competindo em casa, em uma boa fase, e querendo se estabelecer no Tour. Será uma pedreira, mas espero que a gente consiga passar bem por essa fase.
GE.Net: A próxima etapa do Mundial será no Rio de Janeiro. Basicamente, quais são as principais diferenças entre o mar da Austrália e o do Brasil? Se existem diferenças, vão privilegiar algum tipo de surfista?
Mineirinho: A principal diferença é que a onda no Brasil é bem mais curta e quebra na praia. Na Austrália, são ondas mais longas que você tem mais tempo de trabalhar e variar manobras. O mar da Austrália geralmente sabemos o que esperar e no Brasil é uma incógnita. Eu adoro competir no Brasil, porque estando perto da praia, posso escutar os gritos da torcida nos apoiando.
GE.Net: Você já foi campeão no Rio. Qual o comportamento que você espera da torcida brasileira? No surfe, ela tem papel importante como no futebol ou vocês se sentem mais solitários no mar?
Mineirinho: A torcida brasileira é diferenciada. Sempre temos brasileiros em todas as etapas do mundo e ela tem um papel importante, sim. Nossa torcida é barulhenta e dá pra ouvir do mar.
GE.Net: Você ainda não perdeu baterias em Mundiais para o Gabriel Medina e tem grande vantagem sobre o Kelly Slater. Você se considera carrasco dos dois campeões do mundo?
Mineirinho: Não. Eu me considero um cara dedicado que quer ser sempre o melhor. Conseguir derrotar dois grandes campeões mundiais dá satisfação, mas o prêmio maior é poder vencer a etapa e ser o melhor do ranking, caso contrário essa estatística não faz diferença alguma.
GE.Net: Em 2011, você se tornou o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial, mas ficou sem o título no final. O que você pretende fazer de diferente para, desta vez, terminar o ano com o troféu?
Mineirinho: Trabalhar, treinar, me manter focado e dedicado, dar tudo de mim em cada bateria e fazer meu melhor. O campeonato será vencido na base da consistência e é isso que busco aplicar neste ano.
GE.Net: Agora líder, a pressão sobre você vai aumentar? Os surfistas do Circuito falam algo sobre isso?
Mineirinho: Não muito. A pressão é uma constante no mundo do surfe. Todos querem é estar na minha posição. Assim como meu foco principal é vestir a camisa amarela. Há uma batalha para vestir a camisa e outra batalha para continuar com ela.
GE.Net: Ainda é cedo para te apontar como um dos favoritos ao título de 2015?
Mineirinho: Espero realmente ser um candidato e estou trabalhando para isso, mas não vou ficar pensando em possibilidades, vou trabalhar para que este sonho se torne realidade.
GE.Net: Além de você, quem mais tem chances de se tornar campeão?
Mineirinho: Acredito que temos um ranking muito forte em que todos têm chance. Medina, Filipe (Toledo), Mick (Fanning), John John (Florence), Kelly (Slater). Será uma temporada dura.
GE.Net: Em sua opinião, a que se deve este começo de campeonato difícil para o Gabriel Medina?
Mineirinho: Ele não conseguiu ter um início bom, mas são várias variáveis que levaram a isso, culminando com baterias difíceis. Porém o campeonato é longo e está no começo. Muita água vai rolar.
Na final em Bells Beach, ele acabou empatando com Mick Fanning, que levou o título por ter feito a melhor nota da bateria (Foto: Kirstin Scholtz)


Fonte:Gazeta Esportiva

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